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ONU Mulheres e Comitê Olímpico do Brasil lançam pesquisa que traça panorama sobre as políticas de igualdade de gênero nas organizações esportivas
Olga Bagatini , publicado em 18/08/2022

Estudo lançado durante o 1º Fórum da Mulher no Esporte mapeia estratégias e boas práticas para tornar o esporte um ambiente mais igualitário e inclusivo para mulheres e meninas

 

              O esporte é uma poderosa ferramenta de transformação capaz de impulsionar a igualdade de gênero e o empoderamento de meninas e mulheres na sociedade. Para que seu potencial transformativo seja alcançado, no entanto, as organizações que gerem o esporte precisam elaborar políticas para torná-lo mais igualitário, inclusivo e seguro a fim de que meninas e mulheres possam usufruir e se beneficiar do esporte em condições de igualdade. Para nortear a criação dessas políticas, é fundamental compreender o atual contexto do ecossistema esportivo a fim de estabelecer as prioridades de ação estratégica.

Nesse esforço, a ONU Mulheres e o Comitê Olímpico do Brasil lançam nesta quinta-feira (18), durante o Fórum da Mulher no Esporte, a pesquisa Igualdade e Inclusão da Mulher no Esporte: mapeamento das organizações esportivas nacionais e internacionais" que apresenta dados recentes sobre a participação de mulheres em cargos de liderança nas principais federações internacionais e confederações olímpicas brasileiras, bem como um mapeamento das políticas e normativas que têm sido adotadas por essas organizações para fomentar a igualdade de gênero no esporte.

O relatório usa como ponto de partida as diretrizes do Comitê Olímpico Internacional para a implementação da igualdade de gênero. No documento é avaliado o histórico de representatividade dentro do movimento olímpico a fim de compreender como as normativas estão sendo implementadas. Em um segundo momento, a pesquisa acompanha organogramas, políticas e ações que as Confederações Brasileiras Olímpicas desenvolvem com o objetivo de impulsionar a igualdade de gênero no ambiente esportivo, acelerar a inclusão feminina em quadros de liderança e de gestão e criar mecanismos institucionais para a prevenção ao assédio e ao abuso no esporte em suas diversas modalidades.

Um ponto fundamental apresentado é que a transformação deve começar com mudanças internas nas organizações que regem o esporte e detêm o poder de estabelecer as regras de conduta de cada modalidade. Apesar de alguns avanços notáveis no tema da igualdade de gênero no âmbito esportivo, como o recorde de 48% de participação de atletas mulheres na Olimpíada de Tóquio em 2021, os dados demonstram que um número relativamente baixo de entidades cumprem com as diretrizes estabelecidas pelo COI, como, por exemplo, a meta de inclusão mínima de 30% de mulheres em postos diretivos - apenas 11 das 39 Federações Internacionais Olímpicas (28%) e 10 das 34 Confederações Brasileiras Olímpicas (29%) avaliadas atingiram a meta proposta.

A partir dos diagnósticos, o relatório apresenta os principais desafios, mas também uma lista de recomendações e boas práticas para tornar o cenário esportivo mais inclusivo para elas. Além de criar políticas internas e códigos de conduta com recorte sensível a gênero, é recomendado que as entidades esportivas busquem parcerias externas para somar esforços nesse sentido, como organizações não governamentais, organismos internacionais, mídias e setor privado. Um exemplo é o trabalho que o Comitê Olímpico do Brasil, entidade máxima do esporte brasileiro, vem realizando em conjunto com a ONU Mulheres na criação de políticas, cursos, ações e cartilhas informativas para ampliar o debate sobre assédio, abuso e violência de gênero em ambientes esportivos, incentivando outras confederações brasileiras olímpicas a seguirem o exemplo.

Entre as recomendações estão ainda a incorporação de indicadores e metas de equidade de gênero nos estatutos das confederações, o incentivo às modificações estatutárias para garantir a paridade de gênero em eleições para cargos de presidência nas entidades, investimento no fortalecimento de meninas e mulheres no esporte em categorias de base em nível amador, semiprofissional e profissional, investimento em projetos comunitários voltados à inclusão e permanência de meninas e mulheres no esporte, como o programa “Uma Vitória Leva à Outra”, e elaboração de relatórios anuais de atividades que especifiquem o monitoramento e a avaliação de indicadores atrelados a metas progressivas para a representação e equidade de gênero em cada entidade.

*A pesquisa foi feita em fevereiro de 2022 como um recorte parcial e momentâneo de como as organizações estavam publicizando suas normativas e ações naquele momento.

 

 

Mais informações para a imprensa:

ONU Mulheres - Programa Uma Vitória Leva à Outra

Olga Bagatini – 11 98154-0397

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